Hoje, dia 1º de dezembro, é o Dia Mundial da Luta Contra a Aids, então vamos saber mais sobre a FIV, a Aids Felina? Vem ver o post!
Descoberta na década de 80, a Aids Felina é causada pelo vírus FIV (vírus da imunodeficiência felina), que ataca o sistema imunológico do animal, deixando-o vulnerável às doenças de natureza "oportunista", como periodontites, dermatites, estomatites, etc.
Apesar de descoberta há certo tempo, essa doença ainda é pouco conhecida entre os donos de animais de estimação, porém, mesmo sendo pouco comentada, o risco de o seu animal ser positivo existe, mesmo que os dados brasileiros indiquem uma baixa prevalência. O fato de não apresentar sinais visíveis até chegar ao segundo ou terceiro estágio, torna difícil o tratamento, aumentando ainda mais a importância de conhecer as formas de contágio e de prevenção.
• Causas da FIV - Aids Felina:
A transmissão ocorre principalmente por meio de saliva e sangue do felino portador do FIV.
A Aids Felina não apresenta predisposição à alguma raça, porém os felinos machos possuem um maior risco de infecção, devido a estarem mais envolvidos em brigas por acasalamento ou território, expondo-se, assim, a saliva e sangue de outro felino que pode possuir o FIV.
Tratando-se de gatos, o perigo é muito maior para aqueles que vivem nas ruas do que entre os domiciliados, não somente pelo fato de terem maior contato com outros felinos, como também pelas constantes brigas, submetendo-os aos riscos da doença.
Além de brigas, mordidas e arranhões, existem outras formas de contrair o vírus, como a transfusão sanguínea e transmissão de mãe para o filho por meio da placenta ou do leite, durante a amamentação. Também há a possibilidade de infecção por meio de vasilhas com ração ou água, compartilhadas pelo animal infectado.
• Sinais clínicos da FIV - Aids Felina:
Os sinais clínicos variam de acordo com a fase da doença e, na maioria das vezes são inespecíficos como: diarreia, febre e perda de peso.
Os sinais clínicos da FIV - Aids Felina são classificados academicamente em diferentes fases:
- Fase aguda: Febre com duração de quatro a nove semanas. Ocorre de quatro a seis semanas após a infecção. Alguns animais podem apresentar anemia, diarreia e enfermidades mieloproliferativas ou até mesmo não apresentar sinais clínicos;
- Fase de portador assintomático: Passando a fase aguda, a evolução do vírus para uma segunda fase pode ocorrer após meses ou anos. Ocorre uma diminuição dos neutrófilos e linfócitos;
- Fase persistente linfadenopatia generalizada: Esse estágio pode durar meses ou anos. Nele, os animais, mesmo possuindo linfadenopatia, apresentam sinais sutis da doença, como febre, perda de peso, comportamento alterado e falta de apetite;
- Fase do complexo relacionado à AIDS (CRA): Nessa fase, há a manifestação de doenças crônicas (dermatológicas, entéricas ou respiratórias), gengivites, estomatites e periodontites. Em um grau menor, ocorrem também sinais de infecção no trato respiratório, perda de peso, diarreia, otite externa, febre, alterações nas células sanguíneas, neoplasias, doenças neurológicas e algumas doenças de caráter ocular (uveíte e glaucoma);
- Fase síndrome da imunodeficiência adquirida (terminal): Após o quarto estágio, na maior parte dos casos, os animais evoluem progressivamente, desenvolvendo uma síndrome semelhante à AIDS. Nesse caso, os animais podem desenvolver linfoma, insuficiência renal ou criptococose.
Apesar de estarem divididos em fases, muitos dos sinais clínicos podem ocorrer juntos. É importante lembrar que o diagnóstico é sempre importante, seja seu animal de risco ou não, pois um animal positivo para FIV poderá ter doenças pioradas pelo seu estado imunológico.
• Diagnóstico da FIV - Aids Felina:
O diagnóstico é feito com exames clínicos e laboratoriais.
Embora lembre a Aids humana, a FIV atinge apenas felinos, não havendo risco de contágio às pessoas, pois, assim como o vírus HIV, trata-se de uma doença espécie-específica, portanto somente os animais pertencentes à família Felidae (gato doméstico, leão, onça pintada, tigre, entre outros) que podem se infectar pelo FIV.
O diagnóstico dessa doença pode ser feito por meio de exames clínicos e laboratoriais. Os testes laboratoriais são os mais eficazes e seguros. No Brasil, os mais utilizados são os chamados "Snap Teste" e o PCR.
Apesar do avanço desses exames, podem ocorrer resultados falsos. O resultado falso negativo pode ocorrer em animais na fase inicial e final, enquanto o resultado falso positivo é possível ocorrer em filhotes com até seis meses de vida, devido aos anticorpos maternos ainda presentes em seu organismo.
Cabe ao médico veterinário interpretar os resultados e unir aos sinais clínicos e outros exames realizados, como hematológicos.
• Tratamento da FIV - Aids Felina:
Não existe cura, somente um tratamento que vise prolongar a vida do felino.
Ao se falar em tratamento, não há muito que fazer quando a doença é pelo FIV, pois ela não possui cura e nem tratamento específico. Os animais infectados pelo vírus são imunodeprimidos, ou seja, possuem um sistema imunológico deficiente e acabam desenvolvendo doenças "oportunistas".
Essas infecções, na maioria dos casos, são as únicas combatíveis por meio de um tratamento sintomático, porém, geralmente, animais portadores do FIV não respondem bem a tais tratamentos.
Por ser um retrovírus, possui uma alta taxa de recombinação, o que implica em dificuldade de tratamento e produção de vacina eficaz.
É importante que o dono do animal consulte um médico veterinário de confiança e mantenha o hábito de levar o gato para consultar, no mínimo, duas vezes ao ano a fim de realizar exames de prevenção.
Por se tratar de uma doença "discreta" e sem cura, a FIV - Aids Felina representa uma ameaça não somente para o animal portador, como para aqueles felinos que convivem no mesmo meio.
É de grande responsabilidade dos donos desses felinos manterem o animal, infectado ou não, dentro de sua casa e, de preferência, que optem pela castração, evitando o contato com outros animais e, assim, impedindo que o seu animal seja infectado ou, caso já esteja com a doença, transmita para animais daquela região.
Diferente do que muitos pensam, a castração e o isolamento do animal de estimação devem fazer parte do ciclo de vida do animal doméstico e são as maneiras mais seguras de criá-lo e evitar expô-lo aos perigos externos, pois, se há interferência na vida natural do animal, essa intervenção já ocorre a partir do momento que você o leva para sua casa.
Mantenha seu animal seguro em casa, castrado, vacinado e leve sempre ao veterinário para consultas de rotina. O melhor tratamento é a prevenção!
- E lembre-se: Qualquer dúvida em relação a saúde do seu animal de estimação, consulte um veterinário.